15/03/2015

Informação sobre processo de inscrição nos cursos de LCP para 2015/2016

CURSOS DE LÍNGUA E CULTURA PORTUGUESAS (LCP) 

INSCRIÇÕES para 2015/2016
                                                                                                                                                                                                     

Novos alunos: de 2 de Março a 5 de Abril de 2015

Alunos que já frequentam o curso: renovação da inscrição de 
16 de Fevereiro a 12 de Abril


É de Portugal e chegou recentemente à Suíça ou vive cá há vários anos? Se tem filhos em idade escolar, pode inscrevê-los nos cursos de LCP. Um bom domínio da língua primeira/materna/de origem constrói uma base sólida para a aprendizagem de outras línguas.

A partir do 1º Ano, as crianças podem frequentar os cursos de Português para melhorar os seus conhecimentos linguísticos, tanto na oralidade como na escrita. A partir do 5º Ano são também leccionados conteúdos de História e Geografia de Portugal, tradições e manifestações culturais. As aulas decorrem uma vez por semana em escolas suíças em diversas localidades e os professores responsáveis pelos cursos são experientes e qualificados.

A organização dos cursos na Suíça está a cargo da Coordenação de Ensino em Berna e o número de alunos inscritos será levado em conta na elaboração dos horários. O Instituto Camões é a entidade em Portugal que tem por missão a gestão dos cursos nos vários países onde funciona o Ensino Português no Estrangeiro (= EPE).                                                                              
Aconselha-se ainda a consulta do site www.instituto-camoes.pt/epe-inscricoes/inscricao                        


NOTA: As inscrições feitas após esta data ficam sujeitas à existência de vagas nos cursos.

14/03/2015

SPCL - Professores da rede EPE na Suíça no limiar da pobreza (Janeiro de 2015)



 SINDICATO DOS PROFESSORES 
NAS COMUNIDADES LUSÍADAS


NOTA AOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL


PROFESSORES DE LÍNGUA E CULTURA PORTUGUESAS NA SUÍÇA NO LIMIAR DA POBREZA

O que admira é que a grave situação dos professores de Língua e Cultura Portuguesas na Suíça só agora, depois de atingir o nível do insustentável, se tenha tornado assunto de conhecimento  público.
Na verdade, as tabelas salariais de todos os professores do Ensino Português no Estrangeiro, que datam de 2008 e foram ainda negociadas com o Ministério da Educação, antes da passagem do sistema para o Instituto Camões, são cada vez mais inadequadas para fazer face aos custos básicos em países cujo nível de vida é muito superior àquele em Portugal.
Esta situação tem vindo a agravar-se nos últimos 3 anos com os cortes dos subsídios de Natal e de férias, assim como todo o tipo de aumentos registados na tributação fiscal e que têm atingido toda a função pública, mas especialmente os funcionários portugueses no estrangeiro, visto que todos os descontos lhes são feitos como se residissem em Portugal e não em países onde as despesas diárias são muito superiores. Neste ponto basta dizer que um professor de Português no estrangeiro paga mensalmente, em taxas extraordinárias, cerca de 1.200 euros.
Quanto aos professores na Suíça, devido ao câmbio desfavorável, uma vez que as tabelas salariais são em euros, a situação agrava-se ainda mais, pois são duplamente penalizados, por um lado, devido aos descontos excessivos e por outro, devido ao problema cambial.
Porém, e muito lamentavelmente, tanto o Instituto Camões como a Secretaria de Estado das Comunidades têm sempre ignorado deliberadamente esta realidade, apesar de o nosso Sindicato, desde 2010, chamar constantemente a atenção para a situação precária dos docentes na Suíça, situação essa que já levou vários a regressar a Portugal ou a procurar nesse país ocupação melhor remunerada.
A supressão da taxa de câmbio fixa na Suíça vem agora agravar ainda mais o problema, pois a vida dos docentes, anteriormente já difícil, vai tornar-se impossível, visto irem sofrer reduções mensais entre 400 e 500 euros, facto que, aliado a um vencimento já insuficiente, lhes impossibilitará fazer face às despesas mais básicas.
A tutela sempre jogou com a circunstância das ligações familiares e afetivas, que levam muitos professores a permanecer nos seus postos, mesmo com vencimentos inadequados, mas a partir de hoje essa opção deixou de existir, pois em média os docentes irão receber pouco mais de 2.000 francos mensais líquidos, importância que os colocará no limiar da pobreza, visto na Suíça 4.000 francos serem considerados o mínimo para permitir uma vida digna. Um professor suíço, em início de carreira, aufere mais de 5.000 francos mensais, o que coloca os professores portugueses no escalão de “pobres do ensino”.
O nosso Sindicato enviou já ofício ao Secretário de Estado das Comunidades, chamando a atenção para a gravidade da situação e propondo um subsídio de emergência, estando também planeada uma ação de protesto junto da Embaixada de Portugal em Berna.

Para mais informações contactar: Teresa Duarte Soares - 00491714775794   
                                                                               

18 de janeiro de 2015

05/12/2014

Brincar às Escolas (SPCL, Nov. 2014)


 

 SINDICATO DOS PROFESSORES NAS 
COMUNIDADES LUSÍADAS 

BRINCAR ÀS ESCOLAS

Segundo as declarações feitas na Assembleia pelo Sr. Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas no passado mês de outubro, durante os cerca de 35 anos de Ensino Português no Estrangeiro (EPE) sob tutela do Ministério da Educação, os professores e alunos nada mais fizeram do que andar a brincar às escolas, porque, ainda segundo o Sr. Secretário de Estado, não havia programas, nem manuais adequados, nem certificação.
Realmente, é de espantar que tantos alunos tenham obtido bons empregos porque dominavam o Português, aprendido com livros de má qualidade didática e com professores que não sabiam bem o que andavam a fazer, porque nem programas tinham.
E também admira que muitos alunos houve que foram frequentar Universidades ou Institutos Superiores em Portugal ou no estrangeiro, apresentando um certificado que, ao que parece, não existia, embora valendo alguns créditos para matrícula no ensino superior.
Mais espantoso ainda é o facto de os atuais alunos de 9° ou 12°ano, que obtêm ótimos resultados nas provas de certificação do Instituto Camões, terem aprendido alguma coisa naqueles tempos soturnos, segundo o Sr. Secretário de Estado, em que ninguém sabia bem o que se andava a fazer, ou mesmo se algo se fazia, no Ensino Português no Estrangeiro.
Isto só até 2010, claro, porque a partir daí, tudo mudou. O EPE saiu da tutela do Ministério da Educação e passou a ser responsabilidade do Ministério dos Negócios Estrangeiros, via Instituto Camões.
E o referido Instituto, que só conhecia o ensino do Português como língua estrangeira, tratou logo de tomar medidas para pôr ordem no caos do EPE, despedindo, em dezembro de 2011, 49 professores e deixando, depois de poucos meses de atividade letiva, mais de 5.000 alunos sem aulas. Depois desta redução, o Camões continuou a “arrumar a casa”, tarefa agora mais fácil por haver menos alunos e menos professores, instituindo a propina de pagamento obrigatório para frequência dos cursos, medida que fez desaparecer logo mais de 800 alunos na Alemanha e cerca de 9.000 a nível mundial.
Claro que a esta redução de alunos correspondeu o despedimento de 30 professores em 2012, ao qual se seguiram despedimentos anuais de 20 e mais docentes, tornados desnecessários devido a forte redução do número de horas letivas e também ao número cada vez maior de alunos exigido para formar um grupo.
Assim, com a casa Ensino Português arrumada, porque quase vazia, terminou-se também com o brincar às escolas e passou-se a brincar com as escolas, isto é, com os professores, os pais e os alunos.
Aos pais, foi prometido que a propina lhes iria garantir um ótimo ensino, com manuais de qualidade e uma certificação de alto nível. Aos professores, foi prometida contratação por dois anos e formação adequada.
Foi aí que a brincadeira se tornou séria, porque bastou um curto espaço de tempo para constatar que afinal os alunos cada vez tinham menos tempo de aula, os manuais eram de utilização impossível, especialmente para os alunos do primeiro ciclo, e a famosa certificação nem sequer era reconhecida pelas entidades escolares locais.
Quanto aos professores, ficaram a saber que, para manterem os postos de trabalho, tinham de conseguir alunos suficientes com os pais a pagar, porque senão nada feito. E a formação adequada revelou ser um amontoado de conceitos desfasados trazidos por indivíduos com currículo universitário, mas sem qualquer experiência ou conhecimentos sobre o ensino do Português nas Comunidades.
Mas como realmente não se brinca com coisas sérias, o Camões, notando que a brincadeira já tinha ido longe demais e podia dar maus resultados, decidiu que afinal os culpados da má qualidade de ensino e das horas letivas reduzidas eram, afinal, os professores, porque estavam a trabalhar menos do que deviam. Vejam só que vergonha! Então tinham-nos obrigado a ensinar, em grupos amontoados, alunos de todas as idades, tinham-nos obrigado a trabalhar em mais escolas e a passar horas sem fim em transportes, tinham-nos obrigado a escrever relatórios em que muitos professores alertaram, sem resultado, para o mau estado do ensino e agora os sem-vergonha trabalhavam menos do que deviam, prejudicavam os alunos e intrujavam os pais! Escandaloso e inaudito.
E para terminar, muito a sério. Não foram os professores, que sempre deram e continuam a dar o seu melhor, trabalhando em condições extremamente difíceis, que destruiram o ensino no estrangeiro e o puseram num estado de descalabro total.
Quem leu este artigo até aqui, conhece os responsáveis. Responsabilizem-nos. Com coisas sérias não se brinca.


Nuremberga, 20 de novembro de 2014

Maria Teresa Duarte Soares

Sindicato dos Professores nas Comunidades Lusíadas