14/03/2015

SPCL - Professores da rede EPE na Suíça no limiar da pobreza (Janeiro de 2015)



 SINDICATO DOS PROFESSORES 
NAS COMUNIDADES LUSÍADAS


NOTA AOS ÓRGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL


PROFESSORES DE LÍNGUA E CULTURA PORTUGUESAS NA SUÍÇA NO LIMIAR DA POBREZA

O que admira é que a grave situação dos professores de Língua e Cultura Portuguesas na Suíça só agora, depois de atingir o nível do insustentável, se tenha tornado assunto de conhecimento  público.
Na verdade, as tabelas salariais de todos os professores do Ensino Português no Estrangeiro, que datam de 2008 e foram ainda negociadas com o Ministério da Educação, antes da passagem do sistema para o Instituto Camões, são cada vez mais inadequadas para fazer face aos custos básicos em países cujo nível de vida é muito superior àquele em Portugal.
Esta situação tem vindo a agravar-se nos últimos 3 anos com os cortes dos subsídios de Natal e de férias, assim como todo o tipo de aumentos registados na tributação fiscal e que têm atingido toda a função pública, mas especialmente os funcionários portugueses no estrangeiro, visto que todos os descontos lhes são feitos como se residissem em Portugal e não em países onde as despesas diárias são muito superiores. Neste ponto basta dizer que um professor de Português no estrangeiro paga mensalmente, em taxas extraordinárias, cerca de 1.200 euros.
Quanto aos professores na Suíça, devido ao câmbio desfavorável, uma vez que as tabelas salariais são em euros, a situação agrava-se ainda mais, pois são duplamente penalizados, por um lado, devido aos descontos excessivos e por outro, devido ao problema cambial.
Porém, e muito lamentavelmente, tanto o Instituto Camões como a Secretaria de Estado das Comunidades têm sempre ignorado deliberadamente esta realidade, apesar de o nosso Sindicato, desde 2010, chamar constantemente a atenção para a situação precária dos docentes na Suíça, situação essa que já levou vários a regressar a Portugal ou a procurar nesse país ocupação melhor remunerada.
A supressão da taxa de câmbio fixa na Suíça vem agora agravar ainda mais o problema, pois a vida dos docentes, anteriormente já difícil, vai tornar-se impossível, visto irem sofrer reduções mensais entre 400 e 500 euros, facto que, aliado a um vencimento já insuficiente, lhes impossibilitará fazer face às despesas mais básicas.
A tutela sempre jogou com a circunstância das ligações familiares e afetivas, que levam muitos professores a permanecer nos seus postos, mesmo com vencimentos inadequados, mas a partir de hoje essa opção deixou de existir, pois em média os docentes irão receber pouco mais de 2.000 francos mensais líquidos, importância que os colocará no limiar da pobreza, visto na Suíça 4.000 francos serem considerados o mínimo para permitir uma vida digna. Um professor suíço, em início de carreira, aufere mais de 5.000 francos mensais, o que coloca os professores portugueses no escalão de “pobres do ensino”.
O nosso Sindicato enviou já ofício ao Secretário de Estado das Comunidades, chamando a atenção para a gravidade da situação e propondo um subsídio de emergência, estando também planeada uma ação de protesto junto da Embaixada de Portugal em Berna.

Para mais informações contactar: Teresa Duarte Soares - 00491714775794   
                                                                               

18 de janeiro de 2015

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