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Suíça: Comunidade em Genebra quer integração do português no ensino pós-obrigatório
Quarta-Feira,
05 Setembro de 2012
A comunidade portuguesa em
Genebra lançou, pela primeira vez, uma petição que visa recolher 4000
assinaturas para que o português integre o grupo das línguas de opção do ensino
pós-obrigatório naquele cantão suíço. A petição foi lançada pela Associação de
Pais e Encarregados de Educação Portugueses de Genebra (APEEPG) e por outra
associação de cultura e expressão portuguesa de Genebra, para quem a integração
do português no ensino pós-obrigatório significa mais reconhecimento e
valorização do idioma, que é a terceira língua europeia mais falada no mundo.
A petição terá que reunir 4000 assinaturas para que possa ser
discutida no parlamento do cantão de Genebra. No texto que a acompanha, as duas
associações lembram que o conhecimento de várias línguas é “uma mais-valia” num
mundo “onde a mobilidade é uma constante e os espaços económicos emergentes
registam taxas de crescimento elevadas” e defende que o português “representa
um património cultural e económico com um valor acrescido, por ser a terceira
língua europeia mais falada no mundo”.
Os peticionários sublinham ainda que naquele cantão vive uma grande comunidade portuguesa em idade escolar, “que representa cerca de 10 por cento da população escolar de Genebra”, sendo que “mais de metade” frequenta os Cursos de Língua e Cultura Materna, oferecidos pelo Estado Português. “A integração do português como idioma de opção no ensino pós-obrigatório significa mais reconhecimento e valorização” de uma língua que pode ser “um recurso adicional num mundo cada vez mais globalizado e que obriga por vezes, à procura de oportunidades profissionais” em novos horizontes.
É por este conjunto de razões que a comunidade portuguesa que reside no cantão
de Genebra pede a introdução do português como língua de opção no ensino
pós-obrigatório naquela região.
“Implicação da comunidade”
A iniciativa foi destacada pelos deputados Carlos Gonçalves
(PSD) e Paulo Pisco (PS), que estiveram presentes na apresentação da petição. “Existem dois pontos
essenciais: primeiro, é a primeira vez que há uma iniciativa legislativa de
cidadãos portugueses residentes na Suíça junto das instituições locais suíças,
porque já haviam feito em Portugal mas nunca fizeram lá. Deve haver uma
implicação da nossa comunidade na defesa dos seus próprios interesses na Suíça.
É um sinal claro, é pioneiro”, disse hoje, em declarações à Lusa, o deputado
social-democrata.
“Este é o ponto mais relevante, ou seja, a implicação cívica da nossa comunidade através da Associação dos Encarregados de Educação de Genebra e de outra associação de cultura e expressão portuguesa de Genebra”, sustentou.
“A segunda questão,
inerente a esta, é que a própria petição trata de uma matéria que é muito
importante para mim, que é a integração da língua portuguesa nos currículos
oficiais locais, seja qual for o nível, e neste caso é para a região de
Genebra”, referiu ainda. O deputado considera importante a integração da língua
portuguesa num país onde vivem várias centenas de milhares de portugueses, já
que é uma língua que tem expressão mundial, associada a uma cultura e que
representa oportunidades de negócio.
Envolvimento das autoridades
Envolvimento das autoridades
Já o deputado socialista Paulo Pisco, que também esteve
presente em Genebra, optou por frisar à Lusa a necessidade de envolvimento das
autoridades portuguesas nesta iniciativa, promovida pela associação de expressão
cultural portuguesa e pela Associação de Pais e Encarregados de Educação Portugueses
de Genebra.
“Defendo-a e espero que o nosso Governo e o nosso embaixador na Suíça se envolvam diretamente para dar projeção e fazer com que os objetivos dos peticionários possam ser atingidos”, referiu, acrescentando que esta é uma iniciativa “de enorme importância que gostaria que chegasse a bom porto”, defendendo que, para tal, “o envolvimento do Estado português é essencial”.
Paulo Pisco também destacou a importância da comunidade
portuguesa no cantão de Genebra, “a mais importante, entre mais de uma centena
de comunidades que aí existem”, e recordou que já existem línguas de outros
países, como a espanhola ou árabe, com comunidades menos expressivas, mas que
já estão incluídas nos currículos do ensino pós-obrigatório.
Todo isto são demagogias! Tudo isto tem um objectivo, sito palavras do depotado Poulo Pisco “é a integração da língua portuguesa nos currículos oficiais locais,” que lhes interessa.
ResponderEliminarOnde ficam os cursos de língua e cultura a que os nossos filhos têm o direito constitucional de frequentar?