22/02/2013

Todos Pela Língua Portuguesa (Movimento Cívico de Defesa do EPE na Suíça - 20 de Fev. de 2013)

 

TODOS  PELA  LÍNGUA  PORTUGUESA

“Quem não se sente, não é filho de boa gente”! É o povo quem disso nos adverte. E, ao vermos  o Senhor Secretário de Estado, Dr. José Cesário, impor o pagamento de uma propina para que os filhos dos emigrantes possam aprender e desenvolver a língua portuguesa, não podemos deixar de reagir e protestar. Tememos que muitos  jovens portugueses, em idade escolar, vejam fechadas as portas de acesso à língua lusa.

Por ocasião do despedimento de meia centena de professores do EPE, há pouco mais de um ano, o Sr. Secretário de Estado alegou razões e vantagens. Quais? Com o dinheiro “poupado” à custa dos professores dispensados, poder manter os outros; lançar bases para uma melhoria da oferta da qualidade do trabalho; acabar de vez com os professores que não sabem o que é o ensino; certificar os resultados obtidos pelos alunos e cuidar da formação dos professores; distribuição dos manuais escolares.

Ora, até hoje, nada disto se verificou. Antes pelo contrário: tudo piorou. As condições de trabalho agravaram-se; os alunos passaram a ter menos horas de ensino; o número de alunos por turma, em muitos casos, aumentou e, para além disso, foi imposta uma maior concentração de alunos de vários anos a integrar o mesmo grupo. Verdadeira caldeirada à Cesário! Para escândalo nosso, nada disto é discutido em reuniões de professores, e qualquer relacionamento entre Coordenação e corpo docente não é feito cara-a-cara, mas apenas de forma virtual e cingindo-se à mera transmissão do que é emanado do Instituto Camões (IC). Pior ainda, o relacionamento ou diálogo com as entidades educativas suíças é inexistente. O mesmo acontece com Comissões e/ou representantes dos pais.

Sabemos e sentimos, por diálogo mantido com pais e vários professores, que o ambiente de trabalho se tornou num verdadeiro tormento, com evidentes e graves prejuízos, tanto para alunos como para os docentes. E que dizer quanto aos danos causados à língua de Camões?

O Senhor Secretário de Estado, Dr. José Cesário, luta pela “sua dama, a propina” e com ela promete resolver e colmatar todas as deficiências do modelo anterior. Com a sua ”raiva” de anos, aos professores do EPE, ignorou tudo o que se construiu e consolidou ao longo das três últimas décadas. Sim, porque a certificação sempre existiu. A avaliação tem sido feita, semestralmente, com base na escala usada na escola suíça. As notas, hoje como ontem, são registadas na caderneta do aluno e comunicadas aos Encarregados de Educação. Para além disso, no final do ano lectivo, o professor de português faz o respectivo registo do resultado final, nos livros de termos. Terminado o 3º Ciclo ou o Ensino Secundário, cada aluno, com aproveitamento positivo, recebe um certificado assinado, tanto pelo professor como pela Coordenadora, e autenticado com o selo branco da sua área consular.

Vigilantes, caros Encarregados de Educação, antes que seja tarde de mais. Porque a dita propina gera injustiças, aumenta desigualdades, não vai contribuir para melhorar nada. Provocará o afastamento de muitos alunos das aulas de português, encerramento de cursos e mais despedimentos de professores.

Mas, caros Encarregados de Educação, se a propina vingar, outra pergunta se impõe: como e por quem vai ser gerido este dinheiro? Olhem que não são tostões… Contas por alto e à pressa, podem levar-nos a montantes próximos dos dois milhões de euros/ano. Actualmente, há cerca de 41.000 alunos no EPE, na Europa. Se só 20.000 pagarem uma média de 100 euros cada um, a receita será de 2 milhões de euros anuais.

Vamos mobilizar-nos. Vamos mobilizar  toda a Comunidade. Vamos inscrever o máximo possível de alunos. Vamos antecipar-nos às tentativas do Dr. Cesário, que quer destruir o ensino da nossa língua e cultura.

É um direito. É um dever defendermos esta herança deixada pelos nossos pais e avós. É também a maior riqueza que podemos legar aos nossos filhos e, com ela, engrandecer a nossa Pátria.

MOVIMENTO  CÍVICO  DE  DEFESA  DO  EPE  NA  SUÍÇA


20 de Fevereiro de 2013

1 comentário:

  1. O Epe -Suíça está a passar de cavalo para burro sem sequer passar por mula: dispersão, desorganização, falta de diálogo, Coordenação "virtual", etc.
    O insulto recente aos professores foi gratuito e pacóvio. Qual a base para tais afirmações ? Porque não se desloca, neste momento, o SECP à Suíça para esclarecer as várias questões intrínsecas ao funcionamento do sistema?

    Sou orgulhosamente português, por isso me preocupo e pergunto: qual a imagem que os Suíços terão de nós, perante tudo isto?

    António

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