13/03/2013

Alunos de Português no estrangeiro com propina de 100 euros (JN, 11 de Março de 2013)



EDUCAÇÃO

Alunos de Português no estrangeiro com propina de 100 euros

Publicado em 2013-03-11 


A propina a pagar pelos alunos que frequentam o ensino de Português no estrangeiro foi estabelecida em 100 euros, segundo uma portaria publicada esta segunda-feira, que estipula valores reduzidos para famílias com mais que um filho e para desempregados.

Foto: Adelino Meireles / Global Imagens  


A propina, inicialmente anunciada como tendo um valor de 120 euros anuais, é apresentada pelo Governo como uma forma de cobrir despesas com manuais escolares e com a certificação das aprendizagens, uma novidade do novo regime.

"O pagamento da propina confere ao aluno o direito a receber do [Instituto] Camões, IP um manual adequado ao nível de língua que vai frequentar e fica automaticamente inscrito para a prova de certificação do nível de língua do curso em que frequenta", refere a portaria.

O diploma assinado pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e pelo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, entra em vigor na terça-feira.

A portaria prevê ainda a redução da propina para desempregados, famílias com mais de um filho inscrito na rede de Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) e escolas associadas.

Quando os dois encarregados de educação estão desempregados a propina a pagar é de 20 euros/aluno e no caso de apenas um dos pais estar sem emprego o valor é de 60 euros/aluno.

No caso de famílias com dois alunos, o valor a pagar desce para os 80 euros/aluno e com três a propina passa para 75 euros/aluno. Também as famílias monoparentais beneficiam de descontos, sendo a propina de 80 euros/aluno. Os alunos das escolas associadas pagam 60 euros.

Além da propina, o diploma estabelece também o pagamento de uma taxa de certificação para os alunos que, não frequentando o EPE, se proponham "realizar autonomamente prova de certificação de nível de proficiência, no âmbito do Quadro de Referência para o Ensino do Português no Estrangeiro.

O valor da taxa de certificação varia entre os 40 e os 100 euros conforme o nível de certificação pretendido, estando também previstas reduções para desempregados, famílias com mais de um educando e famílias monoparentais.

As propinas são pagas pela frequência dos cursos extracurriculares de língua e cultura portuguesas organizados pelo Instituto Camões (IC) e pela frequência de cursos de língua e cultura portuguesas organizados por escolas privadas, associativas ou públicas, onde o IC tenha colocado docentes e sejam reconhecidas com o Estatuto de Escola Associada.

Governo e sindicatos de professores no estrangeiro negociaram recentemente o novo Regime Jurídico do EPE, tendo como pano de fundo a contestação à decisão do executivo de cobrar uma propina aos filhos dos emigrantes.

Prevista desde março do ano passado e contestada por pais, professores, sindicatos e partidos da oposição, a propina só vai ser introduzida no ano letivo de 2013/2014 porque o executivo não aprovou em tempo útil a legislação necessária para poder cobrá-la antes.

A rede do EPE inclui cursos de português integrados nos sistemas de ensino locais e cursos associativos e paralelos, assegurados pelo Estado português, em países como a Alemanha, Espanha, Andorra, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Reino Unido, Suíça, África do Sul, Namíbia, Suazilândia e Zimbabué.

Este ano letivo, frequentam os cursos de Ensino de Português no Estrangeiro 57.212 alunos (56.191 em 2011/2012), distribuídos por 3.603 cursos (3.621 no ano anterior).

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