28/03/2013

Propina para alunos do EPE em França ainda em discussão (LJ, 27 de Março de 2013)


27 de Março de 2013

1 comentário:

  1. O Secretário de Estado José Cesário insultou recentemente os professores do EPE num jornal mensal publicado na Suíça, dizendo que "não podemos ter professores a ensinar sem saber o que é o ensino" e "há professores nossos que não sabem o trabalhar com os níveis do QuarEPE. Têm de aprender. São professores que estão fora do país há muitos anos e estão desenquadrados, desligados da realidade actual do ensino." É importante referir aqui o seguinte: quem está totalmente desfasado da realidade do ensino do Português é o SE, apesar das suas frequentes visitas à Suíça, onde se desloca mais ou menos em segredo, sem previamente se conhecer a agenda oficial da visita, e reunindo-se apenas com um número muito restrito de pessoas. Apesar de marcar presença em festas e convívios onde a sua política de destruição do EPE é apoiada, revela desconhecer por completo (ou opta deliberadamente por ignorar) o contexto em que de facto funcionam os cursos de Língua e Cultura Portuguesas.
    Acontece que na Suíça a grande maioria dos alunos aprendem a língua de Camões como língua materna ou língua de origem, como lhe quiserem chamar e tanto pais como filhos sentem genuíno orgulho na sua língua, cultura e país de origem.
    COMO EXPLICAR-LHES então que a certificação dos cursos vai ser realizada nos níveis do QuarEPE, como se de uma língua estrangeira se tratasse????
    E AINDA... Tal como em França (e certamente noutros países), também na Suíça as entidades escolares locais cedem GRATUITAMENTE salas, equipamento e, em muitos casos, até material escolar, para o funcionamento dos cursos de LCM(= Língua e Cultura Maternas). O Instituto Camões vai agora exigir aos alunos o pagamento de uma propina, defendida de forma acérrima pelo Secretário de Estado, que a tenta justificar com a certificação, a distribuição dos manuais (que os pais sempre pagaram sem o mínimo problema) e com a formação dos professores!!! Se não fosse tão dramático e grave, até dava vontade de rir, porque a entidade responsável por dar formação é a entidade empregadora, ou seja, neste caso, o Instituto Camões. Sim, o IC, baptizado com o nome maior da literatura portuguesa, mas cuja actuação cada vez é mais vergonhosa e desonrosa para o genial poeta. Igualmente dramáticos são os ordenados pagos aos professores do EPE, muito abaixo dos 3 mil francos. Talvez seja um vencimento quase milionário em Portugal,mas num país onde o custo de vida é elevadíssimo, a situação é extremamente grave. Enfim, o estado de coisas nunca esteve tão mau, nunca chegou tão baixo... então porque não se passa nada? Onde estão os professores, encarregados de educação, comissões de pais, sindicatos, etc., a denunciar esta situação???
    "Quem cala, consente" - diz o povo. Eu não me calo e recuso-me a que me atirem areia para os olhos, como as bibliotecas que o SE tem andado a distribuir (com todo o respeito pelos livros, seus autores e leitores!!!)
    Maria, uma cidadã portuguesa

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