EPE: Sindicato de professores fala em “degradação progressiva do ensino”
Sexta-Feira, 09 Novembro de 2012
O Sindicato dos Professores das Comunidades Lusíadas (SPCL)
voltou a contestar a cobrança de uma propina pelas aulas de português no
estrangeiro, considerando que o Governo quer agora sanar um ensino que
“degradou propositadamente”. “O Instituto Camões e a secretaria de Estado das
Comunidades degradaram este ensino. Em pouco mais de dois anos desapareceram
quase 200 professores do sistema. Quase 50 foram retirados em dezembro de 2011
e os outros têm sido retirados pelas redes de ensino que têm sido feitas,
sempre com menos lugares, embora o número de alunos não diminua. Tem-se
assistido a uma degradação progressiva do ensino”, disse à agência Lusa Teresa
Soares, secretária-geral do SPCL.
Teresa Soares, que falava à Lusa a propósito da entrada em
vigor do novo regime de ensino de português no estrangeiro (EPE), considera
“ofensivas” as palavras do secretário de Estado das Comunidades, José Cesário,
de que a introdução da propina vai melhorar o ensino aos filhos dos emigrantes.
“O sistema foi
degradado, até certa medida propositadamente, e dizem agora que, se os
encarregados de educação pagarem uma propina, vai melhorar, quando foram os
responsáveis por essa propina que fizeram que ficasse no estado lamentável em
que se encontra”, sublinhou.
Professora na Alemanha, Teresa Soares lembrou que, desde 2009, o número de
alunos por professor aumentou e que as horas letivas diminuíram. “Para 15
alunos, tínhamos cinco horas de ensino; agora, temos duas ou três horas”, disse,
acrescentando que o número de professores passou de mais de 600 para 400.
Sem comentários:
Enviar um comentário