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Português: 49 docentes no estrangeiro dispensados
França, Suíça e Espanha são os países mais afectados pelo corte dos professores de língua portuguesa
30/11/2011 - 12h 41
França,
Suíça e Espanha são os países afectados pelo corte de 49 professores de
português no estrangeiro, segundo despacho do Instituto Camões a que a agência
Lusa teve acesso e que divulga a lista de docentes a dispensar.
O Instituto Camões (IC) notificou nesta terça-feira os 49 professores, 20 em França, 20 na Suíça e nove em Espanha, de que decidiu «dar por findas a partir de 31 de Dezembro [de 2011]» as respectivas comissões de serviço, noticia a agência Lusa.
O Instituto Camões (IC) notificou nesta terça-feira os 49 professores, 20 em França, 20 na Suíça e nove em Espanha, de que decidiu «dar por findas a partir de 31 de Dezembro [de 2011]» as respectivas comissões de serviço, noticia a agência Lusa.
O
despacho adianta que os professores terão direito a indemnização e que a decisão foi antecedida de uma reorganização dos horários da rede de cursos do Ensino de Português no Estrangeiro (EPE) com efeitos a partir de 1 de Janeiro [de 2012]. (...)
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Recorde-se que o agora Camões – Instituto da Cooperação e da Língua (CICL) é um instituto público sob tutela do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, nas áreas de Cultura e Educação, desenvolvendo a sua acção no exterior. Tem como missão o ensino e a divulgação da Língua e Cultura Portuguesas e é responsável pela gestão da rede de ensino português no estrangeiro (EPE).
Idioma de mais
de 240 milhões de pessoas, espalhadas pelos quatro continentes, o Português é
uma das línguas mais faladas na Europa e no mundo, cujo valor económico e
cultural está a crescer.
A língua de Camões é o veículo de comunicação de milhões de lusófonos na diáspora, com destaque para os 4,5 milhões de portugueses e luso-descendentes, que a reconhecem como importante património nacional. A Língua e a cultura, aliadas à identidade e ao sentimento de pertença a um país, são importantes factores de aproximação e um legado inestimável.
A língua de Camões é o veículo de comunicação de milhões de lusófonos na diáspora, com destaque para os 4,5 milhões de portugueses e luso-descendentes, que a reconhecem como importante património nacional. A Língua e a cultura, aliadas à identidade e ao sentimento de pertença a um país, são importantes factores de aproximação e um legado inestimável.
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http://notasverbais.blogspot.ch/2011/11/boa-noite-jose-cesario.html
Boa noite, José Cesário!
Quarta-feira,
30 de Novembro de 2011
Comentário publicado no mural de José Cesário
(Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas), no Facebook, assinado pelo
professor do EPE (= Ensino Português no Estrangeiro) Carlos Oliveira:
Boa noite, Sr. Secretário de
Estado das Comunidades Portuguesas.
Espero que esteja contente por ter
"dispensado" mais 50 professores no estrangeiro, o que significa que
podemos juntar 7.000 aos 2.000 luso-descendentes que já tinham ficado sem aulas
de Língua e Cultura Portuguesas.
Quando falei
consigo, em 2007, em Joanesburgo, fiquei com a clara noção de que estava a par
das dificuldades do EPE, que conhecia os esforços, os anseios, a dedicação e os
sacrifícios que os cerca de 500 professores espalhados pelas Comunidades
Portuguesas fazem diariamente...
Mas se se esqueceu, eu posso lembrar:
a) Para muitos,
emigrar pode ser uma aventura, mas para a maioria, é uma necessidade. E poder
ir a casa (Portugal), às vezes, torna-se um privilégio que muitos de nós,
emigrantes, só podemos ter uma ou duas vezes no ano. O Sr., pelo contrário,
numa semana vai a 3 ou 4 países e retorna a casa sem ter de pagar.
b) Por falar em
pagar viagens, a nós, professores, ninguém nos dá uma ajuda para custear as
mesmas. Temos de tirar do ordenado!
c) Se um deputado
não mora nos arredores de Lisboa, tem subsídio de instalação. Qualquer
diplomata tem casa paga no país em que reside. Em alguns, até segurança privado
e motorista! E o professor de português no estrangeiro? Deixa mais de metade do
vencimento na renda da casa, porque o Estado comparticipa com ZERO!
d) Imagine só que
até a formação, que é obrigatória para os professores e que deveria ser
custeada pela entidade empregadora, é o próprio que tem de pagar à entidade
empregadora (Instituto Camões)! Sabe disso, não sabe professor e colega
Cesário?
Podia continuar,
mas não o faço... estou cansado, sabe?! Estou cansado de dar o meu melhor, de
lutar diariamente, de fazer omeletes sem ovos e não ter uma palavra de
reconhecimento!
Em vez disso, tenho o despacho que me enviou hoje, através dum
lacaio que vai sofrer o mesmo destino!
Enfim... amanhã
vou informar os seus conterrâneos (a maioria dos pais dos meus alunos é de
Viseu, como o senhor) que o Sr. acabou com o Ensino Português no Estrangeiro!
Cá entre nós,
pode ser que lhe ergam uma estátua lá na Praça!
Pois é… e já lá vai um ano. Infelizmente, há gente com memória curta, mas certas coisas não podem cair no esquecimento… Esta é uma delas:
ResponderEliminarO despedimento de quase meia centena de docentes do EPE há precisamente um ano (20 em França, 20 na Suíça e 9 em Espanha), foi uma medida de total desrespeito do governo português pelos professores, pelo trabalho desenvolvido, pelos seus alunos, respetivos encarregados de educação, Comissões de Pais, sindicatos, enfim, por toda a Comunidade portuguesa em geral.
Também as entidades educativas e agentes ligados ao ensino dos países em causa diretores das escolas, administrações escolares, Direção de Ensino, departamentos responsáveis pelos cursos de Língua e Cultura Materna/de Origem, …), foram desconsiderados com esta decisão – muitos nem sequer foram oficialmente informados da situação pelas entidades competentes (Coordenações de Ensino, Instituto Camões), tendo-se queixado mesmo de falta de informação, esclarecimentos, propostas para resolver o inevitável problema de várias centenas de alunos sem aulas.
No entanto, a maior ofensa causada pelo Secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, e pela Presidente do IC, Dra. Ana Paula Laborinho, com a dispensa de docentes do EPE, foi à LÍNGUA DE CAMÕES – o genial poeta, nome maior da literatura em Língua Portuguesa, deve dar voltas e reviravoltas no túmulo, devido às barbaridades cometidas pelo instituto (alegadamente) batizado em sua homenagem…
Como cidadã portuguesa, não consigo perceber, e muito menos aceitar ou desculpar, esta ofensa do governo do meu país para com outros portugueses, nem para com a Língua Portuguesa, um património que é DE TODOS NÓS!
Altura para perguntar: e agora? Quais as perspetivas para o ensino da nossa Língua aos filhos dos portugueses espalhados por tantos e tantos países? Continuarão eles a ter direito a beneficiar do acesso a este ensino, tal como estipulado na Constituição da República Portuguesa? É preciso melhorar as condições de funcionamento deste tipo de ensino, sim, mas então que se adotem medidas para efetivamente promover a qualidade! BASTA de medidas que apenas conduzem à destruição deste tipo de cursos!
É URGENTE a mobilização de TODOS neste sentido, para defender um direito, uma língua que é A NOSSA!