“Toda a
pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a
correspondente ao ensino elementar fundamental.”
Declaração Universal dos Direitos do Homem
As notícias
que predominam nos tempos actuais não são animadoras: a actual “crise”
portuguesa, fruto do acumular de sucessivos erros políticos, da corrupção
instalada aos mais altos níveis, do oportunismo dos capitães das finanças e da
ditadura dos bancos, está a transformar o país num sistema do mata e esfola.
Morrem os idosos por falta de tratamento hospitalar e medicamentos, esfolam os
trabalhadores e o resto da população com as baixas dos salários, cortes nos
direitos sociais e a aplicação de taxas exuberantes.
Uma
barbaridade que se estende às comunidades residentes no estrangeiro, encerrando
consulados, aumentando as tarifas dos serviços prestados pelos postos ainda em
funcionamento e as perdas dos escassos benefícios concedidos pelo Estado ao
Ensino do Português no Estrangeiro, ensino gratuito e de qualidade, como consta
do Art. 74 da Constituição da República Portuguesa.
Paulo Portas
e José Cesário, Ministro dos Negócios Estrangeiros e o Secretário de Estado das
Comunidades, usam e abusam do seu poder ao aplicar uma propina anual de 120
euros, aos filhos dos emigrantes que queiram aprender Português, pondo em causa
uma das maiores conquistas das comunidades residentes no estrangeiro.
Perante o
facto, as comunidades devem questionar-se da utilidade desta classe política
que, enquanto oposição, tinham soluções para tudo e assim ganharam três
deputados pelo círculo da emigração. Agora, instalados no poder, mandaram às
urtigas as promessas de fazerem melhor que o anterior Governo, voltando as costas
ao povo de Portugal e mandando borrifar as comunidades, praticando uma enorme
injustiça, um dos maiores atentados de sempre ao direito dos nossos filhos e
netos de aprenderem a sua língua materna. Uma enorme pulhice vinda de gente sem
carácter!
Parabéns à
dupla Portas e Cesário. Parabéns à coveira do Ensino do Português no
Estrangeiro, a presidente do Instituto da Cooperação e da Língua, ex-Instituto
Camões. Este trio de malfeitores vai ficar na história das comunidades pela
grande proeza cometida, o fim do EPE. Gente de um Governo desnorteado que,
entre afirmações e desmentidos, tem apenas uma orientação: destruir, o mais
depressa possível, o sistema de ensino aos filhos dos cidadãos portugueses
residentes no estrangeiro, despedindo professores, encerrando cursos, retirando
a milhares de crianças a possibilidade de aprenderem o Português e colocando,
no futuro, a obrigatoriedade de pagamento de uma taxa, a que chamam de
propinas, por um novo modelo de aprendizagem sem a garantia de qualidade
mínima. No fundo, o que querem são os 120 euros.
Começa a ser
cada vez mais evidente: Portas e Cesário não sabem o que fazem nem têm qualquer
estratégia de solução para os nossos problemas e começam por dar sinais de
desfasamento da realidade; para ser mais claro, de incompetência.
Não façam de
nós tolos: a imposição do pagamento das propinas é um roubo! Um roubo descarado
que fazem às famílias dos emigrantes. É também um crime em si, esta gente está
a matar a língua portuguesa!
Aqui fica um conselho: não paguem!
Manuel Beja
Conselheiro
das Comunidades Portuguesas na Suíça
(Abril 2012)
Sem comentários:
Enviar um comentário