Hoje é o dia 1° de Maio! Abro os mails e deparo com esta notícia-bomba-choque! Reproduzo-a:
«Boa tarde, Maria…
Não sabes, mas ficas a saber agora,
que vamos mudar de coordenadora.
Pelos vistos, a colega que vai ser a
coordenadora, não tem um relacionamento fácil (parece que mesmo nenhum relacionamento)
e, porque só foi professora aqui na Suíça durante dois anos - foi uma das despedidas
em Dezembro – esta viragem causou e causa estranheza. Envio-te um mail que
enviei à Teresa Soares, do Sindicato de Professores das Comunidades Lusíadas e faço a mesma sugestão: "Se eu tivesse acesso
a todos os partidos da Assembleia da República, gostaria de lhes pedir que
perguntassem ao Sr. Secretário de Estado das Comunidades explicação sobre os
critérios seguidos para a escolha da nova coordenadora."
Espero que estejas
bem e um grande abraço»
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Não me choca a
mudança de Coordenadora. Coisa
esperada e desejada, desde há muito, mas sim os métodos
usados pelos responsáveis (Presidente do Instituto Camões? Secretário de Estado
das Comunidades?) para introduzir mudanças num sistema que engloba
Pais-Alunos-Professores. Tudo tem e continua a funcionar, como se apenas houvesse
governantes. Governantes que têm viajado, repetidas vezes e a expensas do
dinheiro dos nossos impostos, em direcção a esta Suíça, onde a democracia directa
impera. Mas nada querem aprender com esta democracia, para o seu modo de
proceder!
Se é verdade que
um novo nome anda na calha para o lugar de Coordenadora que se segue, no EPE, Suíça, tudo está a ser feito sem diálogo com
os pais e, ainda mais grave, sem a menor opinião dos docentes – e há-os por aqui,
bem zelosos e de competência pública manifesta.
Se é verdade que
o tal nome (professora despedida no passado mês de Novembro) tem algo a ver com
uma senhora que, no dia 28 de Abril 2012, pelas 15 horas, foi chamada a ladear
e a apoiar, na mesa das instalações do nosso Consulado-Geral, em Genebra, o Senhor
Secretário de Estado, a situação é para
pânico e apreensão. Perfil profissional e competências desta pessoa,
indigitada, segundo faz constar, para Coordenadora na Suíça?
- Pergunte-se
aos pais de cujos alunos foi professora, em Genebra. E eles desfiarão o rol de
queixas que foram encaminhando para o Consulado: faltas às aulas, sem aviso
prévio aos encarregados de educação; abundância de atestados médicos; atrasada
no entrar, lesta no sair antecipado; inteiro divórcio da comunidade e das actividades
desenvolvidas e propostas pelas entidades suíças aos professores de língua portuguesa.
- Pergunte-se
aos colegas que a conhecem e eles dirão como lhe comprazia prolongar as suas
férias, em Portugal, faltando às reuniões de professores, no início do ano lectivo,
para preparação do arranque das actividades e distribuição dos horários.
Entretanto, os pais cansados por verem os seus educandos sem professor,
transferiam-nos para outros espaços, com outros professores.
Será que tal
curriculum dará a esta licenciada competências necessárias e suficientes para
que se lhe cometa, assim, sem mais, sem submissão a concurso, a exigente função
de Coordenadora do Ensino, num país como a Suíça? E a ocupar-se o lugar sem
concurso, será então que não existe, entre os muitos professores que há anos estão
a leccionar na Suíça, um, no meio de tantos? E há-os bem honestos, laboriosos,
competentes para isso e muito mais! Sem querer ofender susceptibilidades, indico
alguns nomes com prova provada em vários domínios, bem conhecedores dos
meandros dos Serviços, por dentro e de fora, intervenientes junto dos pais, interagindo
com os alunos, na vida da comunidade. Aí vão nomes: professores Álvaro
Oliveira, Graciete Camejo, Helena Pereira, Joaquim Oliveira, Maria Albina
Encarnação … Precisam de mais? Ou é desnecessário, porque preferem os medíocres
aos profissionais conhecedores e competentes? Ou preferem assim, por optarem
pela política do «quanto pior, melhor» e, deste modo, enterrarem, sem
«remorsos», o Ensino da Língua e Cultura Portuguesas no estrangeiro?
Ele há coisas!...
Mas esta é demasiado séria para que se decida em cima do joelho e se deixe cair
em cima de mãos de pessoas que têm pernas, é evidente, mas sem garantia de que sirvam
para andar.
Cuidado, porque
nem tudo o que luz é d’ouro! E nem tudo o que tem a cor do dourado são espigas
de trigo louras, sim, mas não úberes, nem promissoras. Nem para trigo, nem para
relacionamento capaz e harmonioso com a comunidade suíça, nem com os colegas do
corpo docente! A maior e quase única qualidade apontada pelas pessoas que a
conheceram por cá é a presunção. E as entidades suíças não apreciam mesmo nada
esta nossa maneira improvisada de agir. Ora se despedem professores a quem os
nossos dinheiros pagam indemnizações e que continuam por aí, sem nada fazerem,
e a receberem, mensalmente, os salários,
ora se imprime pressa e urgência para que as «novas» inscrições de alunos se
façam, impreterivelmente, primeiro, até dia 20 de Abril, mas que, por pressão,
se concede, depois, alargamento até 27;
e… após nova pressão, até dia 3 de Maio! Desnorteamento(!) E o que poderia
ter sido feito de uma só vez, se estudado atempadamente e de forma responsável,
acabou por gerar confusões na cabeça dos alunos, angústias nos professores e
aflição nos encarregados de educação. E deu a imagem de que somos um país de
gente menor, sujeito ao governo que mereceu.
Estamos em Maio,
no limiar do termo deste ano lectivo. «Quem lá vem…», nada sabe do que lhe querem
mandar fazer. Disso se aperceberam já pessoas idóneas e responsáveis da nossa
comunidade, a quem a dita «consorte» dirigiu perguntas, atabalhoadamente, e
indiciadoras de pouca competência e de duvidosa inteligência. Se aceitou ou vai
aceitar, por que será? Por amor à escola e aos alunos? Não deu provas no seu passado
recente. Por amor à Pátria? Porque não aceita servi-la na sua escola de origem?
Salgueiro Maia, que foi um homem bom, honesto, generoso, desinteressado,
abrindo mão de tudo o que nela segurou (e foi um POVO, uma Pátria, um Sonho, um
Ideal), alertou-nos: «Organizem-se, não se deixem enganar!»
Carlos Almeida e Cruz*
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* Actualmente reformado, o
Carlos foi professor dedicado do EPE durante anos; continua um cidadão activo e
interessado nas questões ligadas ao ensino e à comunidade portuguesa. O
Movimento Cívico de Defesa do EPE na Suíça agradece o seu apoio, empenho e colaboração na luta pela defesa dos cursos de Língua e Cultura Portuguesa.
Esta Coordenadora tem-se fartado de trabalhar e é justa. Pena é que não saibam reconhecer o seu valor!
ResponderEliminarNo tempo da outra senhora funcionavam as "cunhas". Agora compreende-se que os beneficiários das cunhas estejam desiludidos.
Carla Rocha
EliminarQual das coordenadoras? Cunhas? desilusão Não pode haver as cunhas continuam é triste a interior e mesmo a proxima também é a cunha.
Os interesses políticos são o que desgraça o EPE. Somos o filho bastardo do IC :(
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