03/05/2012

Mudança de Coordenadora na CH (Carlos A. Cruz) 1 Maio 2012

NOVA  COORDENADORA  DE  ENSINO  PARA  A  SUÍÇA? 

Hoje é o dia 1° de Maio! Abro os mails e deparo com esta notícia-bomba-choque! Reproduzo-a:

«Boa tarde, Maria…
Não sabes, mas ficas a saber agora, que vamos mudar de coordenadora.
Pelos vistos, a colega que vai ser a coordenadora, não tem um relacionamento fácil (parece que mesmo nenhum relacionamento) e, porque só foi professora aqui na Suíça durante dois anos - foi uma das despedidas em Dezembro – esta viragem causou e causa estranheza. Envio-te um mail que enviei à Teresa Soares, do Sindicato de Professores das Comunidades Lusíadas  e faço a mesma sugestão: "Se eu tivesse acesso a todos os partidos da Assembleia da República, gostaria de lhes pedir que perguntassem ao Sr. Secretário de Estado das Comunidades explicação sobre os critérios seguidos para a escolha da nova coordenadora."
Espero que estejas bem e um grande abraço»
______________________________________________________________________________________________________
Não me choca a mudança de Coordenadora. Coisa esperada e desejada, desde há muito, mas sim os métodos usados pelos responsáveis (Presidente do Instituto Camões? Secretário de Estado das Comunidades?) para introduzir mudanças num sistema que engloba Pais-Alunos-Professores. Tudo tem e continua a funcionar, como se apenas houvesse governantes. Governantes que têm viajado, repetidas vezes e a expensas do dinheiro dos nossos impostos, em direcção a esta Suíça, onde a democracia directa impera. Mas nada querem aprender com esta democracia, para o seu modo de proceder!
Se é verdade que um novo nome anda na calha para o lugar de Coordenadora que se segue, no EPE, Suíça, tudo está a ser feito sem diálogo com os pais e, ainda mais grave, sem a menor opinião dos docentes – e há-os por aqui, bem zelosos e de competência pública manifesta.
Se é verdade que o tal nome (professora despedida no passado mês de Novembro) tem algo a ver com uma senhora que, no dia 28 de Abril 2012, pelas 15 horas, foi chamada a ladear e a apoiar, na mesa das instalações do nosso Consulado-Geral, em Genebra, o Senhor Secretário de Estado, a situação é para  pânico e apreensão. Perfil profissional e competências desta pessoa, indigitada, segundo faz constar, para Coordenadora na Suíça?
- Pergunte-se aos pais de cujos alunos foi professora, em Genebra. E eles desfiarão o rol de queixas que foram encaminhando para o Consulado: faltas às aulas, sem aviso prévio aos encarregados de educação; abundância de atestados médicos; atrasada no entrar, lesta no sair antecipado; inteiro divórcio da comunidade e das actividades desenvolvidas e propostas pelas entidades suíças aos professores de língua portuguesa.
- Pergunte-se aos colegas que a conhecem e eles dirão como lhe comprazia prolongar as suas férias, em Portugal, faltando às reuniões de professores, no início do ano lectivo, para preparação do arranque das actividades e distribuição dos horários. Entretanto, os pais cansados por verem os seus educandos sem professor, transferiam-nos para outros espaços, com outros professores.
Será que tal curriculum dará a esta licenciada competências necessárias e suficientes para que se lhe cometa, assim, sem mais, sem submissão a concurso, a exigente função de Coordenadora do Ensino, num país como a Suíça? E a ocupar-se o lugar sem concurso, será então que não existe, entre os muitos professores que há anos estão a leccionar na Suíça, um, no meio de tantos? E há-os bem honestos, laboriosos, competentes para isso e muito mais! Sem querer ofender susceptibilidades, indico alguns nomes com prova provada em vários domínios, bem conhecedores dos meandros dos Serviços, por dentro e de fora, intervenientes junto dos pais, interagindo com os alunos, na vida da comunidade. Aí vão nomes: professores Álvaro Oliveira, Graciete Camejo, Helena Pereira, Joaquim Oliveira, Maria Albina Encarnação … Precisam de mais? Ou é desnecessário, porque preferem os medíocres aos profissionais conhecedores e competentes? Ou preferem assim, por optarem pela política do «quanto pior, melhor» e, deste modo, enterrarem, sem «remorsos», o Ensino da Língua e Cultura Portuguesas no estrangeiro?
Ele há coisas!... Mas esta é demasiado séria para que se decida em cima do joelho e se deixe cair em cima de mãos de pessoas que têm pernas, é evidente, mas sem garantia de que sirvam para andar.
Cuidado, porque nem tudo o que luz é d’ouro! E nem tudo o que tem a cor do dourado são espigas de trigo louras, sim, mas não úberes, nem promissoras. Nem para trigo, nem para relacionamento capaz e harmonioso com a comunidade suíça, nem com os colegas do corpo docente! A maior e quase única qualidade apontada pelas pessoas que a conheceram por cá é a presunção. E as entidades suíças não apreciam mesmo nada esta nossa maneira improvisada de agir. Ora se despedem professores a quem os nossos dinheiros pagam indemnizações e que continuam por aí, sem nada fazerem, e a receberem, mensalmente,  os salários, ora se imprime pressa e urgência para que as «novas» inscrições de alunos se façam, impreterivelmente, primeiro, até dia 20 de Abril, mas que, por pressão, se concede,  depois, alargamento até 27; e… após nova pressão, até dia 3 de Maio! Desnorteamento(!) E o que poderia ter sido feito de uma só vez, se estudado atempadamente e de forma responsável, acabou por gerar confusões na cabeça dos alunos, angústias nos professores e aflição nos encarregados de educação. E deu a imagem de que somos um país de gente menor, sujeito ao governo que mereceu.
Estamos em Maio, no limiar do termo deste ano lectivo. «Quem lá vem…», nada sabe do que lhe querem mandar fazer. Disso se aperceberam já pessoas idóneas e responsáveis da nossa comunidade, a quem a dita «consorte» dirigiu perguntas, atabalhoadamente, e indiciadoras de pouca competência e de duvidosa inteligência. Se aceitou ou vai aceitar, por que será? Por amor à escola e aos alunos? Não deu provas no seu passado recente. Por amor à Pátria? Porque não aceita servi-la na sua escola de origem?
Salgueiro Maia, que foi um homem bom, honesto, generoso, desinteressado, abrindo mão de tudo o que nela segurou (e foi um POVO, uma Pátria, um Sonho, um Ideal), alertou-nos: «Organizem-se, não se deixem enganar!»
Carlos Almeida e Cruz*
________________________________________
* Actualmente reformado, o Carlos foi professor dedicado do EPE durante anos; continua um cidadão activo e interessado nas questões ligadas ao ensino e à comunidade portuguesa. O Movimento Cívico de Defesa do EPE na Suíça agradece o seu apoio, empenho e colaboração na luta pela defesa dos cursos de Língua e Cultura Portuguesa.

3 comentários:

  1. Esta Coordenadora tem-se fartado de trabalhar e é justa. Pena é que não saibam reconhecer o seu valor!
    No tempo da outra senhora funcionavam as "cunhas". Agora compreende-se que os beneficiários das cunhas estejam desiludidos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Carla Rocha

      Qual das coordenadoras? Cunhas? desilusão Não pode haver as cunhas continuam é triste a interior e mesmo a proxima também é a cunha.

      Eliminar
  2. Os interesses políticos são o que desgraça o EPE. Somos o filho bastardo do IC :(

    ResponderEliminar