Emigrantes manifestam-se contra propina
de 120 euros por ensino de português para os filhos
Sábado, 12 de Maio, 2012
Emigrantes portugueses na Alemanha vão manifestar-se
hoje em Estugarda contra o pagamento de uma propina anual de 120 euros pelas
aulas de português para os filhos decidida pelo Governo para o próximo ano
lectivo.
O Governo
decidiu que os alunos do pré-escolar, básico e secundário que queiram
frequentar aulas de português no estrangeiro no próximo ano lectivo têm que
fazer uma pré-inscrição 'online' e pagar uma propina de 120 euros anuais.
A medida, que
foi contestada por emigrantes em vários países, surge depois de em Dezembro o
Governo ter decidido não renovar a comissão de serviço a 49 professores de
português no estrangeiro, deixando milhares de alunos sem aulas a meio do ano
lectivo.
Os emigrantes
vêem a introdução da propina como mais uma forma de o Governo «dificultar o
acesso dos alunos aos cursos de língua e cultura portuguesas» e consideram a
imposição do pagamento «incompreensível e inaceitável», segundo nota enviada à
agência Lusa pelo Sindicato dos Professores das Comunidades Lusíadas e promove
a manifestação em conjunto com Movimento em Defesa do Ensino de Português na
Alemanha.
«Tal medida, a
concretizar-se, significará a redução do actual número de alunos, pois os
cursos só poderão ser frequentados por aqueles que pagarem. Assistiremos assim
ao encerramento de cursos e à degradação da qualidade do ensino, com grupos de
alunos cada vez maiores, com mais classes juntas e menos tempo de aulas»,
refere a nota.
A nota lembra
que em Dezembro «foram despedidos, por motivos economicistas, 49 professores do
Ensino de Português no Estrangeiro (EPE), tendo ficado sem aulas mais de cinco
mil alunos».
«A Alemanha,
que não foi vítima dessa medida, por ter um número reduzido de professores,
está agora em perigo de ser um dos países mais atingidos, pois existem muitos
cursos em pequenas localidades que correrão o perigo de ser encerrados. E esse
encerramento será definitivo«, acrescenta.
Para os
emigrantes «não há crise económica que justifique um país ignorar os seus
cidadãos residentes no estrangeiro e retirar-lhes um dos direitos que mais
prezam, as aulas de Português para os seus filhos».
A
manifestação surge poucos dias depois de terem sido conhecidos os números dos
alunos pré-inscritos 'online' para o próximo ano lectivo.
O
período de inscrição decorreu entre 30 de Março e 27 de Abril, tendo-se
registado 'online' 25.966 alunos, segundo dados oficiais.
Com
as inscrições em papel ainda por introduzir, o Governo estima que o número
final ultrapasse os 26 mil alunos, menos 9 mil do que os 35 mil alunos que
compunham o universo a que se dirigia esta inscrição.
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