Representantes
do Estado português ignoram autoridades suíças
O Secretário de Estado, José Cesário,
pôs em causa a capacidade e seriedade dos professores, e mesmo das autoridades
suíças, insinuando que uns forjavam os números de alunos a frequentar os cursos
de língua materna com a cumplicidade dos outros.
Na Suíça, o Estado português e seus representantes locais negam a centenas
de crianças o direito a frequentar os cursos da sua língua e cultura materna.
No cantão de Zurique, os contínuos de 32 escolas locais continuam à espera dos
professores de língua portuguesa e das mais de 700 crianças, que actualmente se
encontram sem aulas.
Decorridas quatro semanas após o início do 2º Semestre, em Zurique a realidade
é muito diferente das notícias vindas da Embaixada em Berna, cito: “A situação está resolvida, só em dois ou
três casos pontuais é que não”.
Para os representantes do departamento de educação do estado suíço, “é impensável que esta situação se esteja a
passar com o segundo maior grupo de crianças estrangeiras a frequentar os cursos
de língua materna”.
Os representantes locais do estado português na Suíça têm ignorado as
autoridades locais desde o início. Nunca obtiveram “uma comunicação oficial que os informasse da real e actual situação”.
Essa informação chegou-lhes através dos professores portugueses despedidos,
cerca de 12 dias antes do final do 1° Semestre. Até ao momento, não obtiveram qualquer
resposta às três cartas enviadas para a Embaixada em Berna.
Nem mesmo o Senhor Secretário de Estado, José Cesário, de visita à Suíça
nos dias 1 e 2 do corrente mês, estabeleceu qualquer contacto. Pelo contrário: pôs em causa a capacidade e seriedade dos
professores, e mesmo das autoridades suíças, insinuando que uns forjavam os
números dos alunos a frequentar os cursos de língua materna com a cumplicidade
dos outros.
No encontro realizado no Consulado Geral de Portugal em Zurique, no dia 02
de Fevereiro com representantes do Movimento Cívico de Defesa do EPE (= Ensino
Português no Estrangeiro) na Suíça, o Sr. José Cesário sublinhou que “ temos de averiguar estes números (…) e será
através de uma prova de certificação no final do ano lectivo”.
Talvez por falta de conhecimento, ou ignorância, o Sr. José Cesário não
sabe que a avaliação é contínua e reconhecida pelo sistema escolar suíço, pondo
em causa, uma vez mais, o sistema helvético e toda a parceria, desde a oferta das
salas de aulas, material escolar e logístico, formação gratuita -
administrativa e pedagógica - aos professores de língua e cultura materna.
A delegação do Movimento Cívico entregou ao Sr. Secretário de Estado as suas reivindicações e convidou-o para um
encontro tripartidário, - representantes do Estado português, Estado suíço e
Movimento Cívico. Infelizmente, o convite não foi aceite.
Como a falta de respostas e de diálogo continua, por parte do governo e sua
representante, o Movimento Cívico de Defesa do EPE na Suíça, vai-se reunir no
próximo sábado, dia 11 de Fevereiro, em Berna, com representantes de comissões
de pais de toda a Suíça, na perspectiva de encontrar novas medidas de acção.
Movimento
Cívico de Defesa do EPE na Suíça Zurique, 04.02.2012
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