Paris, 30 mar (Lusa)
A Comissão de Defesa dos Direitos
dos Portugueses em França considera que o pagamento de uma propina anual de 120
euros pelos alunos de português que frequentem o ensino paralelo deixa “clara a
vontade de privatização do ensino” da língua.
A Comissão afirma em comunicado que as medidas que o Governo vem
tomando em relação ao Ensino do Português no Estrangeiro, seja a redução do
número de professores na Europa, seja o pagamento de uma propina anual para
frequentar as aulas, são decididas “atabalhoadamente, sem preparação, e sem
procurar consensos na diáspora”.
“Está clara a vontade de privatização do ensino do português e de
desrespeitar a nossa Constituição, o que não é aceitável”, lê-se no texto.
A comissão defende ainda que as diferentes comunidades portuguesas
pelo mundo têm diferentes realidades e que, por isso, os sistemas de ensino do
português não devem ser comparados.
O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, explicou, em
entrevista à agência Lusa, que pagando uma propina de 120 euros anuais, os
alunos “recebem o manual escolar e têm acesso à certificação dos
conhecimentos”.
Esta medida, disse ainda, será uma das primeiras a concretizar no
âmbito da reforma da rede de ensino de português no estrangeiro, que está a ser
estudada pelo secretário de Estado e que o Governo quer implementar antes do
próximo ano letivo.
Quando, em janeiro, entraram em vigor os cortes decididos pelo
Governo na rede de professores de português no
estrangeiro, cerca de 2.700 alunos ficaram sem aulas em França. A Coordenação
do Ensino levou depois a cabo um processo de reajustamento das turmas e
recuperou quase 300 alunos.
Em fevereiro, o secretário de Estado afirmou que o Governo faria
um esforço para “recuperar o maior número possível” de alunos no próximo ano
letivo.
Sem comentários:
Enviar um comentário